quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um ano!


Um ano!

 

Um ano de trabalho em Londres para juntar ao meu currículo.

Como o tempo passa depressa... Parece que foi há umas semanas que cheguei, ainda cheio de dúvidas em relação ao meu futuro, e sem quaisquer planos a longo prazo. Foi no dia 12 de Setembro, sim, mas de 2007. E na data de hoje, mas há um ano precisamente, estava eu todo nervosito para o meu primeiro dia de trabalho.

Com o meu inglês americanizado, bacoradas em cima de bacoradas, lá fui insistindo, adaptando, perguntando e acima de tudo aprendendo. Tanto na profissão e na adaptação à empresa e aos colegas, como na língua que tive que adoptar como dominante no meu dia-a-dia.

É engraçado que consigo descortinar diversos estágios da evolução que sinto para o "meu" inglês:

 

 

- Portinglês (Portinglish)

À chegada tinha dificuldades em manter uma conversa fluente. Constantemente tinha que parar para pensar/traduzir o que queria dizer e por diversas vezes escapava-me umas palavritas em português pelo meio das frases. Ainda me acontece por vezes mas mais com aquelas palavras que utilizamos em conversação normal, ditas para encher chouriço.

 

 

- A idade do pensamento (Thinking age)

Pensar em Inglês. Tanto no trabalho como na rua, começar a pensar em língua inglesa. É estranho como se chega a este estágio muito facilmente. A mim aconteceu-me mais ao menos ao fim de uma semana de cá estar.

 

 

- Sonhos (Dreams)

3ª fase, os sonhos em inglês. Depois de começarmos a pensar em inglês, é muito normal que também comecemos a sonhar em tal. O que eu já não acho normal é que pessoas que eu nunca ouvi dizer uma palavra na língua de Shakespeare o comecem a fazer nos meus sonhos. (exemplo, a minha mãe)

 

 

- Sotaque (Accent)

Pois eu tenho/tinha uma pronunciação do inglês horrível. Não me importava que fosse cantarolado como os italianos o fazem ou cheio de W's como os alemães, podia ter V's a mais como os de leste ou um sotaque Alô Alô como os franceses ou ainda com uma tendência muito sopinha de massa como os Holandeses.

Mas não. O meu sotaque era do típico portuga que tenta falar inglês, mas ainda para pior. É frustrante pensar numa palavra para dizer e sair qualquer coisa de ininteligível.

Pois tenho descortinado em mim nos últimos tempos a dicção de certas palavras de uma forma correctíssima. Por vezes até correcta de mais. (Mais a atirar para o cocky ou Posh).

É claro que temos tendência a repetir o que ouvimos. E se vives rodeado de muita gente que parece que engoliu um garfo, começas a dizer "Elementary! My Dear Watson!" como se fosses o Jeremy Brett.

 

Certainly.

 

2 comentários:

Tuga em Londres disse...

Ora entao parabéns pelo teu primeiro ano de estadia em Londres.

Carapau Mig Man disse...

Muito obrigado e vai aparecendo aqui no estaminé.